Rio Maria - PA
Canaã dos Carajás - PA

Rio Maria nas redes:

Couro

Compra de Gado

Durante a última década, o setor de curtumes remunerou o couro cru brasileiro pela metade do valor recebido pelo produto americano. Isto aconteceu porque somente 5% dos couros americanos apresentaram os defeitos abaixo descritos, que são encontrados em 93% dos couros brasileiros:

Problemas

CARRAPATOS, BERNES, CICATRIZES DE SARNA ETC.

MARCA DE FOGO.

RISCO DE ARAME, GALHOS OU PARAFUSOS, CICATRIZES DE CURRAIS, CARROCERIAS E FUROS DE FERRÕES.

Consequências
COURO MAIS SUJO E MENOR CONVERSÃO DA ALIMENTAÇÃO DO BOI EM CARNE.
É UMA AGRESSÃO AO ANIMAL E AO COURO, RESULTANDO EM ESTRESSE, LEVANDO Á PERDA DE PESO E DO VALOR DO COURO.
FERIMENTOS TRAZEM CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS PARA A CONVERSÃO ALIMENTAR E PROVOCA PERDA DE ÁREA E DE VALOR DO COURO.

O mercado remunerou a sub-qualidade oferecida com sub-preço. 

Quem perdeu foi o produtor.

Apesar da maioria achar que não, o produtor realmente recebe pelo couro de seus bois. Na realidade, os frigoríficos utilizam, para definir o preço final a ser pago ao pecuarista pela arroba do boi, uma somatória de cada item que compõe o aproveitamento bovino – e entre estes itens, um é o couro (ver tabela 1).

 

Tabela 1: Representatividade de cada item no valor final da arroba.

Boi de 16 Arrobas

CORTE DE TRASEIRO — REPRESENTA UM VALOR DE 57% DAS ARROBAS DO BOI.

CORTE DIANTEIRO — REPRESENTA UM VALOR DE 22% DAS ARROBAS DO BOI.
PONTA DE AGULHA — REPRESENTA UM VALOR DE 9% DAS ARROBAS DO BOI.
SUBPRODUTOS — REPRESENTA UM VALOR DE 5% DAS ARROBAS DO BOI.

Nos EUA, remunera-se o couro ao produtor como no Brasil, ou seja, o valor do couro está implícito no preço total pago pela arroba do boi.

Nos últimos 10 anos, o frigorífico americano recebeu, em média, US$ 48,10/couro enquanto que o brasileiro recebeu apenas US$ 27,01/couro.

O diferencial por perda de qualidade, somente no couro, em relação ao americano, foi de US$ 21,09.

A melhoria do couro tende a beneficiar não somente as empresas de curtumes, mas toda a cadeia produtiva, já que o couro tem influência direta sobre o preço da arroba, ou seja, melhorando a qualidade do couro haveria incremento no preço final da arroba, aumentando o faturamento do produtor, indústria processadora e curtumes.

Os 10 mandamentos da melhoria da qualidade do couro

I – Nunca usar arame farpado;

II – Não usar ferrão pontiagudo e nem cães para o manejo do gado;

III – Combate periódico aos ectoparasitas (carrapato, berne, mosca-do-chifre, etc);
IV – Manter as pastagens limpas;
V – Olhar sempre os currais, procurando pontas que possam furar o gado;
VI – Marcar nos locais corretos (cara, pescoço e canelas) com no máximo 11 cm de diâmetro;
VII – Descornar o gado;
VIII – Ofertar suplementos minerais;
IX – Escolher veículos adequados para transportar os animais, evitando pregos e pontas de madeira;
X – Gado bem tratado é gado de melhor resultado.